Um Pouco Sobre Desenvolvimento Mental na
Criança
Todos
pais desejam que seus filhos evitem a delinquência, os vícios ou um distúrbio
de comportamento. E mais do que isso, desejam coisas positivas para as
crianças: que eles tenham autoconfiança, que sejam expontaneos, amorosos, e que
tenham êxito na escola, vida profissional e afetiva. Resumindo, que sejam
felizes.
Más recebemos pouca ou nenhuma
orientação sobre como é esse desenvolvimento mental da criança.Por exemplo,pouquíssimo
se fala na importância dos primeiros 7 anos da criança na formaçãode suas
estruturas cerebrais e de personalidade, que serão a base para um ser feliz e
com saúde mental.
Além de comida e bons tratos físicos que mais
podemos fazer para propiciar um pleno desenvolvimentoda criança? Sabemos hoje
comprovadamente pela neurociência que o estimulo pelo afeto na criança ajuda no
pleno desenvolvimento do cérebro delas, pelo aumento na formação de sinapses
nos neurônios, as células do cérebro.
E uma
boa auto-estima e’ a base de uma
saúde mental na criança. O que e’ auto-estima? E’ a maneira pela qual uma
pessoa se sente em relação a si mesma. O quanto gosta de sua própria pessoa.
Esse sentimento do seu próprio valor vai formar a essência de sua personalidade
e determina o uso que fará de suas aptidões habilidades. Na verdade a
auto-estimaé a mola que impulsiona a
criança para o êxito ou fracasso como ser humano.Todos pais devem se ocupar
em ajudar seu filho a criar uma fé firme e sincera em si mesmo.
A auto estima na criança é formada por 2 sentimentos
básicos que ela precisa sentir vinda dos pais:
-“Eu posso ser
amado”
(“Eu sou
importante e tenho valor porque existo”)
-“Eu tenho valor”
(“Posso dirigir a
mim mesmo com competência. Sei que tenho algo a oferecer ao mundo”).
Toda
criança tem a necessidade de se sentir amada e digna. Tais necessidades temos
pela vida inteira, mas e’ nos primeiros anos de vida que é feita a fundação que vamos carregar pela vida.
Todos pais
dizem: “Isso não é problema porque eu amo meu filho”. A questão é saber se a
criança esta se sentido amada. Pode
parecer que não, mas há uma grande diferença entre ser amado e se sentir amado.
Vou exemplificar o que estou dizendo:
-Uma mãe que vou chamar de A, quando dá banho em seu
bebê, o faz numa atitude relaxada e brincando; ela observa e examina seus pés
gordinhos, delicia-se com suas reações ao pingar agua sobre sua barriga. Quando
seu bebê balbucia, ela responde. Não há palavras, mas os dois estão se
comunicando. Seu bebê sente e vê a receptividade dela. Ele tem suas primeiras
noções de que é valorizado.
-Já uma mãe B,
amamenta seu bebê. Ela aproveita sempre a hora de amamentar para ler. Seus
braços sustentam o bebê de forma frouxa e indiferente. A atenção dela não esta
no bebê, mas para o livro. Se ele balbucia, ela não toma conhecimento, nem
percebe. Quando ele se movimenta, os braços dela não colaboram. O bebê e a mãe Bnão estão partilhando a mesma
experiência. Na verdade, não há um encontro terno, humano, de pessoa para
pessoa. Para esse bebê suas primeiras experiências de mundo ensinam-lhe que ele
não merece atenção. Para ele o mundo é um lugar frio no qual ele tem pouca
importância.
As 2 mães
amam seus filhos, mas só o filho da mãe A
se sentiu plenamente amado. A forma como sorrimos, com que cantamos,
conversamos e damos atenção ao nosso filho o colocam ou nãonuma elevada auto
estima.
E’ preciso
também ter atenção com as mensagens negativas com as quais muitas vezes sem
perceber, vamos imprimindo na criança. Imagina uma criança que por anos escuta
a mãe falar: ”Esse menino e’ um terror em minha vida” (por ele ser bagunceiro).
Ou: “ele não vai bem na escola porque ele
é burro”, ”’esse menino não faz nada
direito”, “ele e’ um chato!”,
“você só me dá trabalho” etc. Nenhum
pai ou mãe são perfeitos, por isso ter irritações com filho é algo normal. O
que estou querendo pontuar aqui é que as mensagens negativas repetidas de forma
continua anos a fio acabam por levar a criança a acreditar que ela é mesmo o
que a mensagem esta lhe dizendo.Isso vai inconscientemente formando na criança
a noção que ela tem de si mesma. Uma criança que escuta a infância toda de que
ela éburra, e que nunca é valorizada pelo que faz, tem
fortes tendências de depois ser um adulto que mesmo tendo feito faculdades e
mestrados va’ sentir insegurança no que faz, como se ela mesma duvidasse de sua
capacidade.
A criança tem que se sentir valorizada,
quaisquer que sejam suas realizações, e não só valorizadas se estão realizando
os sonhos e desejos projetados dos pais.
Cada criança
é uma criança única, com sua historia e individualidade. Mas em geral,podemos
dizer que quanto pior o comportamento da criança, maior é na verdade seu desejo
de aprovação. Mais lhe faltou valorização. Quanto mais retraída ou agressiva,
mais ela precisa de amor e aceitação. Na psicologia dizemos que sentimentos
como medo, timidez, agressividade, tagarelice, ansiedade etc, são mecanismos de
defesa que a criança vai incorporando ’a sua personalidade para se defender de
um mundo exterior que lhe é desfavorável.
Geralmente
repetimos com nossos filhos a criação que tivemos de nossos pais, por mais que não
tenhamos gostado da forma como fomos criados. Ou repetimos ou fazemos o
contrario, o que e’ muito comum nas crianças de hoje, que tiveram pais que
foram criados em uma geração muito repressora e hoje são pais totalmente
permissivos e avessos a reprimir seus filhos. São as crianças que os
desrespeitam e eles não sabem por limite.
E esse e’
um exercício que você pode fazer agora: Como
era
manifestado o afeto de seus pais para você? Que mensagens lhes foram
transmitidas por seu pai e sua mãe? Que lhe faltou? Isso as vezes pode ajudar a
descobrirmos porque agimos de um jeito que não gostamos com nosso filho, mas
que não conseguimos mudar. E como você esta criando seu filho? Como esta sua
relação com ele?
Para quem queira aprofundar nesse tema, recomendo o excelente livro “A Auto-estima do Seu Filho” de Dorothy C.
Briggs. Foi principalmente desse livro que retirei conceitos desse artigo.